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A Louca Vida de Any

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A Louca Vida de Any - Ano - Novo

A cada dia que passa em nossas vidas buscamos novas oportunidades, novos caminhos e novos rumos a serem tomados. Os golpes que a vida nos dá diariamente podem ser um pouco duros demais, nos desanimar e muitas vezes nos fazer desacreditar, mas chega uma época do ano - o fim/começo de ano - em que todos acreditam.


Mas acreditam em quê?


Em qualquer coisa, em absolutamente tudo. Como se, magicamente, o clique do relógio à meia noite do dia 31 de Dezembro pudesse trazer de volta as diversas oportunidades que desperdiçamos o ano inteiro.


De fato, não consigo entender a diferença do primeiro dia do ano em relação aos outros 364 dias. Pensamos que ao chegar o novo ano onde as ruas estão iluminadas com luzes coloridas e decorações, poderemos esquecer o cinza predominante nos céus de nossas cidades o ano todo. Mas se tem algo que posso dizer sobre o ano novo, é que se trata de uma época que nos proporciona experiências únicas.


A história que irei lhe contar dessa vez é de quando Any resolveu passar a virada de ano na praia pela primeira vez. As expectativas eram imensas e tudo estava previamente planejado, porém, novamente o universo arregaçou as mangas e interferiu nos planos de Any.


Any nunca foi uma pessoa que ligou muito para a importância da virada de ano, por conta disso, ao se aproximar do fim de 2017 estava sem qualquer plano para o dia mais importante do ano, e já havia decidido passar dormindo plenamente em sua casa, mas isso estava prestes a mudar.


Estava Any ajudando sua mãe a desenrolar os inúmeros nós que se fazem ao decorrer do ano nos pisca-piscas guardados no guarda roupa, quando recebeu um telefonema de um amigo seu:


- E aí Any, vai fazer o que na virada? Perguntou ele.


- Acredito que vou ir na festa do Japa. Respondeu Any


- Festa do Japa? Que Japa? Questionou seu amigo, sem entender absolutamente nada.


- A festa do Japa Cama. Vou passar em casa dormindo bem confortável na minha cama. É um dia igual qualquer outro. Disse Any.


(Você que está lendo esse texto agora.... Sim, você mesmo.... Peço humildemente desculpas pelo nível de qualidade dessa piadinha. Sério, foi mal mesmo...)


O amigo de Any dando uma pequena risadinha (por pena talvez?), continuou falando:

- Deixa disso. O pessoal aqui ta combinando de passar todo mundo junto na praia. “Borá” lá junto?


Any não demonstrava muita animação com a ideia, mas após seu amigo insistir muito acabou aceitando o convite:


- “Tá”, vamos ver no que vai dar. Sempre tive interesse de ver como são os fogos à beira mar.


- Vai aonde? Perguntou a mãe de Any, logo após o término do telefonema.


- Vou passar a virada de ano na praia com alguns amigos. Respondeu Any enquanto continuava a desenrolar os nós dos fios.


- Como assim? Você esqueceu que seu pai e eu vamos viajar no dia 1º? Disse a mãe.


Any realmente havia se esquecido que dias atrás seus pais haviam lhe falado que viajariam no dia primeiro e como iriam de ônibus, haviam pedido para Any levá-los na rodoviária.


- Rapaz... esqueci completamente que vocês vão viajar. Disse Any, e completou:


- Mas a passagem de vocês não é para o horário da noite?


Sua mãe respondeu:


- Sim, nosso embarque está previsto para as 18:00 horas do dia 01.


Any disse:


- Ah.... Então tudo bem! Eu vou e volto a tempo. Já aviso todo mundo que sairei no dia 01 bem cedinho de lá, então mesmo se eu pegar algum congestionamento consigo chegar há tempo aqui.


- Hmm... Não sei não, isso não está me cheirando bem. Disse a mãe de Any, e continuou:


- O maior ponto aqui é que não quero deixar seu irmão sozinho em casa.


Any ao ir saindo em direção ao seu quarto respondeu:


- “Tá” tudo bem, relaxa. Vai dar certo.


A medida que os dias se passaram, Any começou a sentir umas pitadas de ansiedade. Os planos estavam todos feitos, as malas estavam todas arrumadas, o carro já estava revisado e com a manutenção perfeitamente em dia, só esperando para o dia da viagem. Só havia um pequeno problema, faltava nada menos que uma semana ainda para o dia da partida.


(Será que sou só eu que me identifico com esse nível de ansiedade de Any?)


Os dias pareciam mais longos, os ponteiros dos relógios demoravam a se mexer, e a cada minuto aumentava ainda mais a ansiedade no peito de Any, até que enfim o dia esperado chegou.

A felicidade em seu semblante era contagiante, o dia parecia brilhar mais, os pássaros nas árvores cantavam mais alto, até mesmo o barulho irritante da “Makita” do vizinho logo cedo parecia agradável. Logo ao acordar Any tomou sua já tradicional xícara de café, ajeitou perfeitamente suas malas no carro, escolheu e organizou com cuidado todas as músicas que iria escutar enquanto dirigia, despediu-se de seus pais e seu irmão, e antes de finalmente acelerar rumo o litoral, abaixou o vidro de seu carro, colocou seus óculos escuros, deu uma pequena buzinadinha e gritou para sua mãe:


- Exatamente ao meio dia do dia primeiro estarei aqui. Pode anotar.


Após toda essa cena de filme, Any finalmente estava a caminho da praia. A viagem foi completamente tranquila, não houve qualquer imprevisto ou susto, e Any conseguiu chegar no horário que havia programado. As coisas estavam indo tudo muito bem, até agora...


Ao chegar no local marcado, Any notou que era a única pessoa ali. Ao pensar que seus amigos poderiam estar atrasados, resolveu dar uma caminhada à beira mar enquanto escutava sua música preferida para momentos em que está feliz: Man! I Feel Like Woman.


(Eu não conhecia essa música antes de Any me recomendar e olha posso te garantir:

QUE MÚSICA BOA!

Se puder escutar algum dia, tenho certeza que não irá se arrepender!)


Any ficou praticamente a manhã toda andando e reandando pela praia, repetindo várias e várias vezes a música em seu fone. Ao chegar perto do meio dia, a preocupação já era grande, e mil coisas passavam pela sua cabeça.


Enquanto caminhava mais rapidamente de um lado da praia para outro, Any começava intenso diálogo consigo mesmo:


- Será que eles pegaram muito trânsito? Eu posso ter tido sorte em pegar o caminho livre, mas eles podem ter pego algum bloqueio ou coisa do tipo né? Perguntava-se.


- Sei não.... Isso tá muito estranho, eles haviam dito no grupo que tinham saído antes de você. Como podem ainda estar dirigindo? Respondia Any para si mesmo.


E continuava:


- Ah sei lá né, talvez eles se perderam, ou pegaram outro caminho, ou vai ver eles foram para o lugar errado.


- Me diz ai, o que é mais provável? Você estar no lugar errado, ou os donos da casa terem errado o caminho? Perguntou novamente para si mesmo.


E continuava dialogando consigo mesmo:


- Nem fala uma coisa dessas. Não tem como, eu peguei exatamente a localização que me mandaram, não tem como eu estar no lugar errado.


Ao falar isso, Any sentiu um pequeno medo de realmente estar no lugar errado, mas ao olhar novamente a localização em seu celular confirmou que estava no lugar certo. E falou uma última vez consigo mesmo:


- Nem, nem, nem.... Eu “to” no lugar certo sim. Alguma coisa “tá” errada, mas essa coisa não sou eu não. Eu vou almoçar que eu ganho mais.


Ao estar se dirigindo para o restaurante mais próximo, Any avistou dois de seus amigos na praia, correu ao encontro deles gritando:


- Ei, ei.... Vocês já chegaram... Nossa fiquei esperando um tempão vocês, aconteceu alguma coisa?


Um dos amigos respondeu:


- Any, então você já está aqui.... Nós chegamos faz muito tempo, esquecemos de te avisar, mas a casa que iremos ficar mudou. Ocorreram alguns imprevistos e agora iremos ficar na casa do avô da minha namorada. Vem com a gente, vamos te levar até lá.


Any sentiu uma certa insegurança ao ouvir aquilo, pois nos dias anteriores havia passado horas planejando até os pequenos detalhes da sua viagem, inclusive já havia pesquisado em quais restaurantes e lanchonetes comeria, porém, as coisas estavam prestes a fugir de seu controle. Mesmo com uma pequena pulga atrás da orelha, Any seguiu seus amigos até a nova localização em que iriam passar os dias.


Ao chegarem lá, a primeira coisa que Any notou foi que a casa era um pouco menor do que a outra, e logo uma preocupação veio em sua cabeça:


- Será que vai ter lugar para todo mundo dormir?


- Logico que vai! Pensou Any respondendo a própria pergunta.


Cumprimentou todos os seus amigos que já haviam chegado mais cedo, tentou disfarçar um pouco, mas não conseguiu aguentar a curiosidade, e resolveu perguntar:


- Então, em qual quarto eu posso deixar minhas malas?


A namorada do seu amigo, que era a neta do dono da casa veio em sua direção e disse baixinho:


- Aqui só tem um quarto, e meus avós ficam nele. Então vamos ter que dormir nas barracas aqui no quintal por esses dias. Tudo bem né?


- Ótimo, sempre tive vontade de dormir em uma barraca. Respondeu Any, olhando para o céu na esperança de aparecerem óvnis e lhe raptarem naquele exato momento.


Após almoçarem (em um restaurante, pois não havia espaço para todos comerem na cozinha da casa), todos se mobilizaram para montar às barracas. No total foram montadas 4 barracas, e ao tirarem a sorte Any se deu bem, podendo ficar com uma barraca inteira só para si.

O primeiro dia se passou e a noite chegou e Any não conseguiu dormir nenhum minuto.


(Quer saber o motivo de Any não ter dormido absolutamente nada? Alguns candidatos:

Talvez por quê seu colchão de ar estava furado e acabou por dormir no chão, ou talvez por a sua barraca estar com o zíper da porta estragado e não poder fecha-la correntemente, mas acredito que a principal razão tenha sido sua barraca ter sido montada em cima de um formigueiro...

Acho que não preciso falar mais nada né?)


As horas daquela noite pareciam passar mais lentamente que os dias que antecederam a viagem. Any só conseguia pensar em uma única coisa, enquanto olhava para o teto azul da barraca:


- Força Any, só falta uma noite. Amanhã já é dia 31, você quase nem vai entrar aqui de novo, no outro dia cedo já vai para casa... Força!


O sol raiou e Any foi a segunda pessoa da casa a levantar, o avô de sua amiga já estava acordado e sentado numa cadeira de balanço.


- Bom dia senhor! Disse Any para ele.


- Bom dia nada, esse vizinho do lado passou a noite toda com som alto. Não pude dormir por um segundo sequer essa noite. Respondeu o senhor.


- É.… sei como é.… o som não me deixou dormir nada também. Respondeu Any olhando para a barraca.


Any ficou conversando por aproximadamente uma hora com o avô de sua amiga, descobriu que o senhorzinho era extremamente simpático e educado.


(Sabe aquele ditado que diz: “A primeira impressão é a que fica”?

Então, esse ditado não se aplica de forma alguma nessa história.

Relaxe, você vai concordar comigo daqui a pouco.)


Continuaram por mais algum tempo jogando conversa fora, até que em algum momento o vizinho ligou novamente uma música muito alta.


Any olhando para a direção do muro que fazia divisa com a casa que vinha o som falou:


- Vê só uma coisa dessas, não são nem 9 horas da manhã e já ligaram o som de novo. Essa galera não cansa será?


Ao se virar novamente em direção à cadeira, percebeu que o senhorzinho não estava mais sentado. Ele havia levantado, pegado uma marreta e estava indo em direção ao muro.


O homem deu 3 marretadas extremamente fortes. Lascas de tijolo voavam do muro, e enquanto dava mais 2 marretadas gritava:


- Eu vou ter que ir aí mesmo?


Any aproveitou que o homem estava focado em seu objetivo de demolir o muro, e saiu para dar uma caminhada na praia, mas não sem antes prometer a si mesmo que jamais em sua vida tocaria nesse assunto novamente.


O dia passou relativamente rápido, e era chegada a hora de se preparar para o show da virada na praia.


Any foi a primeira pessoa a estar pronta, porém era necessário esperar todos se arrumarem para irem juntos. Fazia muito calor naquela noite, então Any resolveu entrar em seu carro e ligar o modo ventilador do painel, enquanto esperava todos ficarem prontos.


Aproximadamente 40 minutos se passaram, Any já estava quase dormindo no banco de motorista do seu carro, quando um de seus amigos veio lhe chamar:


- “Bora” Any, todo mundo já ta pronto. Disse ele.


Any respondeu:


- Já vou, só me deixa funcionar o carro um pouquinho para não correr o risco de ficar sem bateria.

Any foi ligar seu carro, mas para sua surpresa seu carro não estava funcionando. Além de a chave não estar girando, a cada nova tentativa de ignição o alarme do carro disparava freneticamente.


Any tentou várias vezes e a mesma coisa se repetia, quando o desespero estava para bater, um deu seus amigos veio e disse:


- Vamos logo Any, a gente não vai conseguir pegar um lugar bom. Depois você vê isso.


Ainda estando meio em choque, Any concordou e deixando seu carro de lado por hora foi com seus amigos.


O show era incrível, alguns cantores famosos faziam parte do espetáculo, a felicidade exalava por cada canto da praia, mas para Any nada importava, a única coisa que passava em sua cabeça era:


- Meu carro.... Meu carro.... Preciso ir para casa amanhã... E se não funcionar.... Meu carro.... Meu carro...


O tempo passou, os ponteiros do relógio chegaram ao 12, era ano novo. Todos pulando e festejando de alegria, enquanto Any olhava fixamente para os fogos no céu e imaginava inúmeros cenários de acontecimentos com seu carro.


Ao voltar para realidade e prestar atenção à sua volta, Any percebeu que seus amigos estavam preocupados com um integrante do grupo, que havia bebido exageradamente e não tinha condições de ficar mais ali.


- Alguém tem que levar ele para casa. Disse um dos amigos na rodinha que foi feita.


- Mas aí alguém vai perder o resto do show só por causa dele. Comentou uma menina que estava na rodinha e ninguém fazia ideia de quem era.


- Eu levo. Disse Any.


- Tem certeza? Questionou a mesma menina.


- Sim, eu levo, eu tô com um pouco de dor de cabeça também, já aproveito e tomo algum remédio. Eu o levo lá e logo volto. Any respondeu.


- Se para ti ‘tá” tudo bem, vamos lá então. Respondeu novamente a menina, que aparentemente a partir de agora já fazia parte do grupo de amigos.


Todos se mobilizaram para levar o cidadão que não estava em condições de andar, para o carro de uma outra menina, amiga da primeira menina que novamente ninguém fazia ideia de quem era. Any entrou no carro com seu amigo, e foram em direção à casa.


Ao chegar lá, Any somente colocou seu amigo semideitado na cadeira de balanço e o deixou lá. Sua preocupação era inteiramente direcionada a seu carro.


Any foi tentar ligar o carro novamente, mas uma voz ecoou dentro de sua cabeça:


- Você vai tentar ligar mesmo? E se o alarme disparar novamente? São 3 horas da manhã, vai acordar todo mundo na casa.


Nesse exato momento Any olhou para as marcas de marreta no muro, um calafrio tomou conta de seu corpo inteiro, passando desde a ponta dos seus pés até seu último fio de cabelo.


Any tinha muito amor à sua vida, por isso sabia que não podia tentar correr o risco de tentar funcionar o carro ali, pensou muito e teve uma ideia.


Entrou dentro do carro, colocou em ponto neutro a marcha e começou a empurrar seu carro para fora do pátio. O objetivo de Any era levar seu carro na esquina da rua, o mais longe possível, para se caso o alarme disparasse novamente, sua vida não estivesse em perigo.


Any tirou forças de onde nem tinha e por incrível que pareça estava conseguindo empurrar seu carro para a esquina. No meio do caminho, um carro passou na direção oposta à que Any estava indo e ao buzinar uma das pessoas que estavam no carro gritou:


- Bebeu demais né? “Tá” dirigindo do jeito errado aí colega. Saindo acelerando e buzinando.


Apesar da imensa vergonha que tinha passado, Any não ligou e continuou empurrando o carro até a esquina. Ao finalmente chegar lá, descansou por alguns minutinhos, olhou para o céu, apontou o dedo para cima e falou:


- Sou mais tu hein!


Com os olhos fechados e uma confiança inabalável tentou funcionar o carro.


Mas de nada adiantou, a situação era a mesma. Além de não girar a chave, o alarme disparava freneticamente em cada nova tentativa. Any tentou mais algumas vezes, até finalmente desistir, e em tom melancólico começar mais um diálogo consigo mesmo:


- Onde eu vou arranjar um chaveiro amanhã? Em pleno dia 1º?


- Achar até acha, mas vai te custar um dos teus dois rins. Respondeu para si mesmo.

Colocando as mãos na cabeça, Any falou:


- Isso não é o pior, eu preciso estar em casa até meio dia, para levar meus pais na rodoviária a tarde.


- Verdade, tinha esquecido disso. Por que não tenta ligar avisando que não vai conseguir chegar a tempo? Respondeu novamente para si mesmo.


- Por quê são 3 horas da manhã. Disse ao se levantar, sair e começar a andar em volta do carro.


No decorrer de todo esse diálogo sofrido, Any não notou que seus amigos já haviam chegado do show. Já era passado das 4 da manhã, quando dois de seus amigos e aproximaram e comentaram:


- O que aconteceu? Por que o teu carro ta parado aqui na esquina?


Any explicou o que havia acontecido, e após os dois rirem muito de tudo, um deles deu uma ideia:


- Por que não tentamos fazer o carro pegar “no tranco”?


- Será que funciona? Disse Any.


- Vamos tentar! Disse o outro já arregaçando as mangas.


Fizeram todo o procedimento, empurraram o carro e finalmente ele funcionou. O amigo de Any que estava no volante, deu uma volta no quarteirão com o carro, enquanto isso Any comemorava e muito com seu outro amigo que havia ficado ali.


O amigo voltou com o carro, parou bem em frente onde Any estava, abaixou o vidro e falou:


- Falei que ia pegar!


Ao fazer isso, em uma ação de certa forma automática girou a chave e desligou o carro.

Todos ali ficaram sem acreditar, pois, ao tentar girar a chave novamente o carro não funcionava de novo.


- Por que você desligou? Gritou o amigo que estava do lado de fora do carro.


Any nesse momento só conseguia rir de desespero, não havia mais reação disponível em sua mente. A única coisa que teve coragem de fazer foi dizer:


- Vamos tentar de novo “no tranco”? Se foi uma vez, vai duas né?


Refizeram novamente os procedimentos, e pela segunda vez o carro funcionou, os pulos de alegria e os gritos eram contagiantes. Dessa vez não houve uma volta no quarteirão, e Any ao certificar-se que seu amigo não iria desligar novamente o carro falou:


- Quer saber, vou aproveitar que o carro funcionou e vou embora agora. É isso!


- Tem certeza? E se você fica no meio da estrada? Disse a menina que ninguém conhecia, que novamente apareceu completamente do nada no meio da conversa.


- Tenho que arriscar! Eu já ia sair amanhã cedinho mesmo. Preciso estar em casa até meio dia.

Após isso Any, sem desligar o carro por um segundo, ajeitou suas malas, se despediu de todo mundo e partiu em direção à sua casa.


Logo ao sair, Any após fazer uma breve reflexão de todos os acontecimentos daqueles dois dias, forçando bastante a barra, encontrou um pequeno ponto positivo em tudo:


- Pelo menos saindo esse horário, não pegarei congestionamento no caminho de volta.


Logo após pensar isso, Any entrou na rodovia principal e ali estava uma fila de carros enorme e completamente parada. Sim, Any havia pego congestionamento.


Foram horas e horas andando lentamente pela rodovia, em determinado momento Any começou a sentir-se com sono, pois faziam 2 dias desde sua última noite de sono decente.


Any havia decidido não parar para dormir, pois não sabia quanto tempo demoraria para chegar em casa, porém, ao chegar em seu limite e não conseguindo mais manter seus olhos abertos decidiu encostar o carro para dormir por pelo menos por uma hora.


Ao encontrar um espaço do lado da rodovia não pensou duas vezes, parou o carro ali, o deixou ligado, pois se desligasse sabia que não haveria como fazê-lo funcionar novamente, colocou seu celular para despertar uma hora depois e finalmente pode tirar um breve cochilo.


Any conseguiu cochilar por aproximadamente 20 minutos, até que teve de acordar por conta de um barulho ensurdecedor que ficava cada vez mais alto e várias luzes vindo em sua direção.


Any não tinha percebido, mas havia parado seu carro a poucos metros de um trilho de trem e o que havia passado bem ao seu lado fazendo um barulho enorme era um gigantesco de um trem. O susto fez Any acordar completamente e seguir o resto de sua viagem para casa, e desejar nunca mais ter que passar uma virada de ano na praia.


(Se você está se perguntando, Any chegou aproximadamente às 09 horas da manhã em casa, portanto conseguiu chegar a tempo de levar seus pais na rodoviária.


Com relação ao acontecido, hoje Any ao contar sua história ri bastante ao falar disso tudo, mas tenho certeza que na hora a reação de sua vida ficar a poucos metros de acabar deve ter sido algo muito assustador.


Já sobre o carro, Any foi em um chaveiro dias depois que consertou na hora.


E por fim uma dica: Se algum dia você for para a Praínha em São Francisco do Sul –SC e por acaso ficar perto de uma casa amarela, com portões verdes e janelas circulares:

JAMAIS LIGUE SOM ALTO!)





 
 
 

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©2020 por André Luiz dos Santos: A Louca Vida de Any.

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