A Louca Vida de Any - Histórias Curtas
- André Luiz
- 14 de out. de 2021
- 8 min de leitura
Toalha
(Antes de ler essa cômica história, lhe recomendo ver esse pequeno vídeo de 11 segundos:
https://www.youtube.com/watch?v=Gz-RWdCiDkU
Lhe garanto que sua experiência será muito melhor)
Em certo momento de sua vida, Any precisou morar fora da casa de seus pais. Apesar das várias dificuldades que passou, certamente foi uma experiência muito positiva. Any sofria com diversas coisas, mas uma ocasião sempre lhe causava uma irritação enorme.
Any tinha o costume de levar toda sua roupa suja na lavanderia às Terças-Feiras, e isso incluía sua toalha de banho, que normalmente ficava pendurada em seu box do banheiro.
Porém, Any sempre se mostrou uma pessoa de memória fraca para coisas simples. Por conta disso, já era de praxe nas terças-feiras esquecer de colocar uma toalha nova no lugar da qual havia retirado. Assim, todas as vezes que Any terminava seu banho, se via na obrigação de andar pela casa toda, molhando completamente todo o chão, até finalmente chegar em seu quarto para poder secar-se com uma toalha nova.
Contudo, em uma terça-feira preparando-se para entrar no chuveiro, Any pela primeira vez lembrou de colocar uma toalha limpa no lugar da outra. A felicidade em sua expressão era enorme, os sorrisos eram constantes, e até umas pequenas cantaroladas surgiam. Em certo momento ainda debaixo do chuveiro, Any lembrou-se de um certo vídeo que havia visto mais cedo, e baseando-se nele fez um pequeno discurso que ecoava por todo o banheiro:
- Várias vezes, quando eu ia tomar banho em alguma terça feira, eu sempre me esquecia de pegar uma toalha. Tinha que sair encharcando toda a casa.... Mas hoje... Hoje não!
Ao falar isso, Any deu um pequeno tapa na toalha que escorregou e caiu no chão do box encharcando-a completamente. Any não sabia se ria ou se chorava, só sabia que nunca mais esqueceria do que havia acontecido.
A esquina
Em uma certa segunda feira Any estava dirigindo para o seu local de trabalho, e ao passar por uma esquina e ver um homem deitado na grama na frente de uma casa pensou:
- Poxa vida, são 07 horas da manhã de uma segunda feira, e o maluco tá” jogado na rua, podre de bêbado. Existe louco pra tudo mesmo.
Ao passar novamente pela mesma esquina em seu horário de almoço, Any pode ver uma ambulância do IML no mesmo local que o homem estava. Ao pedir por mais informações, Any descobriu que o homem havia sido esfaqueado e estava morto.
(Se você já achou essa parte impactante, espere até para ver o resto da história)
Dias se passaram, e após assimilar tudo que havia acontecido, era um final de semana e Any estava passando pelas redondezas do seu local de trabalho. Seu irmão estava a bordo no carro, e Any decidiu mostra-lo seu local de trabalho.
Ao se aproximar do local em que havia visto o homem jogado na grama, Any desacelerou seu carro, e andando passou super lentamente pela esquina enquanto contava a história para seu irmão:
- Cara, teve um dia que eu estava vindo trabalhar e tinha um jogado aqui nessa esquina. Foi bem aqui, eu não sabia na hora, mas ele tinha sido esfaqueado, e... Meu Deus!
No exato momento em que cruzava a esquina, ainda enquanto falava, um carro preto em altíssima velocidade atravessou sua preferencial e atingiu o carro de Any em cheio.
Ao se dar conta do que havia acontecido, e ainda sem reação, a primeira coisa que Any notou foi que uma mulher havia saído do outro carro correndo loucamente até desaparecer de vista, enquanto o motorista saiu do carro olhou em direção a mulher, colocou suas mãos na cabeça, observou toda a situação, entrou novamente em seu carro e foi embora.
Após isso Any mudou seu trajeto para o trabalho e decidiu nunca mais passar por aquela esquina novamente.
(Se você está se perguntando, nem Any, nem seu irmão sofreram qualquer ferimento no acidente.
Mas isso resultou em um prejuízo enorme, já que o outro carro simplesmente fugiu do local e Any teve de arcar com todos os custos de reparo de seu carro.
Já sobre a mulher, jamais saberemos o motivo dela ter saído correndo desesperadamente do carro.)
Exemplo
Certa vez estava Any a caminho da escola para mais um dia de aula, quando no percurso encontrou alguns amigos que pareciam estar planejando algo. Any morrendo de curiosidade resolver perguntar:
- Qual a boa pra hoje pessoal?
- Vamos matar aula. - Disse um deles.
- Vamos lá pro shopping, ficar tomando refrigerante no Burguer King a manhã inteira. Você vem junto? Perguntou outro amigo.
- Claro, por que não? Respondeu Any.
Todos se dirigiram a pé para o shopping, porém somente ao chegarem lá que foram se dar conta de que faltavam aproximadamente horas para o estabelecimento abrir.
Any teve uma ideia:
- Vamos lá na biblioteca municipal. Podemos esperar o tempo passar lendo alguma coisa interessante.
Todos concordaram com a ideia e seguiram a caminho da biblioteca municipal da cidade. Após se cadastrarem e obterem acesso ao interior da biblioteca, cada um dos presentes pegou um livro de seu interesse e todos sentaram juntos na mesma mesa para ler.
Enquanto lia seu livro, Any notou que se aproximava um barulho de várias crianças conversando e gritando. Quando se deu conta, no lado de sua mesa encontrava-se uma pequena excursão de alunos do 1º ano infantil.
A funcionária da biblioteca que estava guiando o tour pelo local, pediu atenção a todas as crianças, e ao apontar para mesa em que Any e seus amigos estavam, falou em alto tom:
- Vejam só crianças, quando forem mais velhos, vocês devem fazer igual esses alunos, que vieram no contraturno de suas aulas para estudar na biblioteca. Que belo exemplo!
Ao ouvir isso, Any imediatamente ficou de pé e falou para todas as crianças.
- Bom dia! Lembrem-se, o futuro da nação são vocês crianças, e não nós!
Ao sentar-se novamente e fingir estar prestando atenção em sua leitura, Any e seus amigos quase não podiam conter as risadas.
Cabeça Fria
Era um domingo beirando as três da tarde, Any sentou-se em uma cadeira na cozinha enquanto tomava um grande copo de Nescau. Em determinado momento o irmão de Any abriu a geladeira para ver se encontrava algo para comer
(Sabe aqueles momentos em que você nem está com fome, mas abre a geladeira mesmo assim?
Você fica ali, com a geladeira aberta, por alguns segundo, olhando para dentro, sem fazer nada.
E depois você fecha a geladeira e sai sem ter pego nada?
Era exatamente isso que o irmão de Any estava fazendo)
O irmão de Any ficou praticamente um minuto olhando para o interior da geladeira, com a coluna arcada para poder enxergar os lugares mais baixos. Enquanto isso ocorria, o pai de Any se dirigiu em direção a geladeira e abriu o congelador na parte de cima para pegar um pouco de gelo.
Porém ao fechar a porta do congelador, o pai de Any não havia notado que seu filho que estava abaixado olhando a geladeira, tinha se levantado, para num ato de extrema curiosidade, olhar dentro do congelador também. Como resultado, a porta do congelador se fechou fortemente com a cabeça de seu irmão no meio do caminho.
Presenciando toda a situação desde o início, e ao ver seu irmão reclamando de dor e seu pai tentando entender o que havia acabado de acontecer, Any não conseguia conter as gargalhadas, que eram tão intensas que lhe faziam rolar pelo chão de tanto rir.
O irmão de Any se mostrou um pouco irritado com a situação e todas aquelas gargalhadas.
Após alguns minutos de intermináveis gargalhadas, quando finalmente conseguiu puxar um folego maior para os seus pulmões, e vendo que seu irmão ainda com as mãos na cabeça, estava irritado com a situação, Any secando as lágrimas dos seus olhos disse:
- Calma cara, acontece. Não adianta se irritar, tenta esfriar um pouco a cabeça!
Seu irmão passou o resto do dia irritado com tudo, e Any prometeu ali mesmo, que se um dia fosse escrever um livro, essa história teria que estar nele.
Oportunidades
Certa vez estava Any com um amigo seu esperando em um ponto de ônibus seu meio de locomoção chegar. Quando absolutamente do nada, seu amigo decide fazer-lhe uma pergunta:
- Any, me responde uma coisa. Sabe aqueles homens que trabalham no mar? Além de marinheiros, eles também podem ser chamados de Marujo né?
- Acho que sim, mas por que você ta me perguntando isso? Respondeu Any com curiosidade.
Seu amigo continuou:
- Então, se quem trabalha em navios no mar é chamado de marujo, por que os homens que trabalham em aviões no ar não são chamados de Araújo?
Any após uma risada meio breve respondeu:
- Não faço ideia. A língua portuguesa é algo complexo demais para nós reles mortais.
E continuou:
- Na minha opinião, a língua portuguesa perdeu ótimas oportunidades em sua criação. Como por exemplo não ter adotado que o coletivo de Capivara seja Capivárias.
Seu amigo lhe cortou a fala dizendo:
- Isso é muito verdade, sempre pensei que os vegetarianos poderiam ser chamados também de Contrafilé.
Any continuou:
- Já imaginou se ao invés de vinho suave, fossemos comprar um Suavinho?
- Seria perfeito demais. Realmente perdemos grandes oportunidades. Respondeu seu amigo.
O ônibus chegou e Any e seu amigo foram para suas respectivas casas, e até hoje não sabemos a resposta do porque nunca encontramos nenhum Araújo no ar.
Suco de Laranja
Certa vez Any e alguns amigos haviam combinado de irem em uma pizzaria. Ao chegarem lá e esperarem por um bom tempo serem atendidos por um garçom, puderam fazer seus pedidos. No momento em que pegaram os cardápios em suas mãos, um de seus amigos levantou e foi ao banheiro, enquanto todos os outros começaram a fazer seus pedidos.
A primeira pessoa a pedir foi Any, que além de sua comida, escolheu uma bebida:
- Você poderia me trazer um suco de Laranja por favor? Disse Any ao garçom.
- Estamos sem Laranja por enquanto. Respondeu-lhe o garçom.
- Tudo bem, me vê um de morango então. Respondeu Any.
Após anotar o pedido de Any, o garçom dirigiu-se ao amigo que estava ao lado, perguntando se ele queria alguma bebida. Porém, ele não havia prestado atenção na conversa que Any teve com o garçom, assim fez seu pedido com firmeza:
- Eu quero um suco de Laranja por favor. Disse ele.
O garçom respondeu, não temos laranja senhor.
Nesse exato momento, uma amiga de Any que estava do outro lado da mesa e também não havia escutado nada do que havia acontecido, resolveu fazer seu pedido:
- Para nós aqui, dois sucos de laranja. Disse ela, apontando para si mesma e seu namorado.
O garçom respirou fundo, e falou bem alto para todos da mesa ouvirem:
- Estamos sem laranja. Então nada de suco de laranja.
O homem estava finalizando de anotar os pedidos de todos os presentes na mesa, quando um outro garçom passou do seu lado, e sem parar de andar lhe falou:
- Dois sucos de laranja na mesa 6.
A irritação do homem já era nítida, e ir atrás do outro garçom em direção a cozinha, respondeu em altíssimo tom, quase gritando:
- NÃO... TEM... LARANJA...
Any e outros estavam rindo bastante da situação, quando assim, seu amigo que havia ido ao banheiro retornou para a mesa.
- O cara dos sucos foi? Perguntou ele.
- Sim, você tem que fazer seu pedido lá no balcão agora. Respondeu Any.
E ao segurar o riso, continuou falando:
- Olha só, vamos fazer assim: Se você conseguir um suco de Laranja lá para mim, eu pago o seu rodízio de pizza hoje.
- Sério mesmo? Deixa comigo, não vale voltar atrás hein! Disse ele, ao ir em direção ao balcão.
Any e os outros da mesa gargalhavam alto, prestando atenção para ver como seu amigo se sairia no balcão. E nesse exato momento, pela porta da frente do estabelecimento, entrou outro garçom trazendo consigo uma caixa cheia de laranjas.
Any parou de rir na hora e tentou ir atrás de seu amigo no balcão.
Mas já era tarde demais. A aposta foi perdida e Any teve um prejuízo grande naquela noite








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